A Tragédia Causada Pelo Efeito Hipnótico dos Jogos de Computador
O pai de um colega de escola do estudante Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 12, contou à polícia que deu carona ontem (5) para o menino após ele frequentar as aulas no colégio Stella Rodrigues, na zona norte de SP.
Segundo informações da polícia, essa testemunha disse que parou na porta da casa da família de Marcelo Eduardo, na Brasilândia (zona norte), e buzinou para chamar os pais do menino. A criança, porém, teria dito para ele não buzinar pois o pai estaria dormindo. Em seguida, ele se despediu do pai e do colega e entrou no imóvel.
Em entrevista ao "SPTV", da Rede Globo, o comandante da PM, Benedito Roberto Meira, disse que a perícia aponta que as vítimas já estavam mortas nesse momento e que o menino cometeu suicídio em seguida.
Reprodução/Facebook | ||
Família morta em chacina na Brasilândia (zona norte de SP); mãe e irmã de policial também estão entre os mortos |
Além de Marcelo Eduardo, foram mortos com um tiro na cabeça o pai dele, o sargento da Rota (tropa de elite da PM) Luis Marcelo Pesseghini, a mãe do menino, a cabo Andrea Regina Pesseghini, a avó materna Benedita Bovo e a tia do menino, Bernadete Oliveira.
Todas as vítimas foram assassinadas com um tiro na cabeça com a pistola calibre .40 de Andrea. A arma foi encontrada embaixo do corpo de Marcelo Eduardo. Segundo o comandante, o menino era canhoto e o disparo foi feito do lado esquerdo da sua cabeça.
De acordo com o comandante da PM, não há sinais de arrombamento na casa e nada foi levado da família.
O menino utilizava no seu perfil do Facebook a imagem do protagonista da série de videogames chamada Assassin's Creed. No jogo, que se passa durante o Renascimento, o personagem faz parte de uma seita de assassinos e pretende vingar a morte de seus familiares.
No colégio onde o menino estudava, as aulas foram suspensas hoje. Nenhum representante da escola quis falar sobre o caso. Os corpos das vítimas seguem no IML (Instituto Médico Legal) e ainda não há informações de onde será o velório e o enterro.
No seu perfil no Facebook a professora de Marcelo Eduardo, Ana Paula Pigatto Alegre, lamentou a morte do estudante. Ela conta que ontem deu aula para o menino "conversei, brinquei, dei risada, dei um abraço tão gostoso.... e agora........ acabou", descreveu a docente.
CÂMERAS
O carro da mãe do menino, um Corsa, foi localizado perto da escola onde o menino estudava. Segundo o comandante, câmeras da região mostraram que o veículo estacionou no local à 1h15 do dia 5. Meira diz que às 6h30 uma pessoa desce do veículo, coloca a mochila nas costas e segue em direção à escola. Tudo indica que o menino passou a noite dentro do veículo após ter assassinado a família.
De acordo com reportagem da TV Bandeirantes, na mochila do garoto havia ainda um revólver calibre 32 que também era de propriedade da cabo. Um bilhete na mochila do menino também comprovam que ele foi até a escola ontem. A polícia ainda não tem informações de que horário a família foi morta, mas o crime deve ter ocorrido na noite de domingo (4) ou na madrugada de ontem.
A Folha não localizou familiares das vítimas para comentar o caso. Segundo o comandante, familiares disseram à polícia que o menino era "dócil, agradável e que sofria de uma doença no pulmão e diabetes, mas nada que justificasse um comportamento diferente".
A Minha Opinião!
Impressionada e chocada com esta triste história e descartando qualquer possibilidade de montagem da cena do crime, me senti obrigada a parar tudo que estou fazendo neste momento para comentar esta terrível tragédia.
Existe algo que nós, psicólogos positivos, chamamos de “Efeito Tetris”, que é o resultado de um processo físico bastante normal que jogos repetitivos acionam no cérebro dos jogadores. Eles ficam ligados em algo chamado imagem residual cognitiva. Não se trata apenas de um problema de visão: passar horas a fio jogando no computador altera a configuração do nosso cérebro. Estudos comprovam que o jogo ininterrupto cria novos caminhos neurais, novas conexões que distorcem o modo como vemos a situação na vida real. O nosso cérebro simplesmente fica preso à padrões de visão do mundo.
Um renomado professor e pesquisador de Harvard, Shawn Achor, conta que depois de passar 5 horas jogando Grand Theft Auto, decidiu sair de seu alojamento na Universidade para encontrar um carro para roubar. Simples assim! Ele “queria” se envolver numa perseguição em alta velocidade e receber a recompensa (no caso, dinheiro de mentira). O que aconteceu no caso de Achor? Depois de horas preso naquele modo de pensar, ele queria dar este “prazer momentâneo” para o seu cérebro. Por sorte, antes de proceder na ação, ele acordou da ilusão e voltou ao seu mundo real.
Em um estudo conduzido pelo Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Harvard, pesquisadores pegaram 27 pessoas para que ficassem várias horas por dia jogando Tetris – aqueles jogos de blocos que caem e se encaixam -, durante três dias. Depois destes 3 dias corridos, alguns participantes sonhavam ininterruptamente com blocos de diferentes formatos caindo do céu; outros não conseguiam deixar de enxergar os blocos por toda parte, mesmo quando despertos. Eles simplesmente não conseguiam deixar de ver o mundo feito de sequências de blocos de Tetris.
Um viciado neste jogo descreveu sua experiência no jornal Philadelphia City Paper: “Percorrendo os corredores do supermercado, tentando decidir qual cereal comprar, notei como um grupo de caixas combinaria com as outras. Ao me deparar com um muro de tijolos, fiquei imaginando em qual direção deveria girar os blocos para que eles se encaixassem. Depois, dando uma saída do escritório para respirar, fiquei imaginando como poderia girar edifícios para que eles se encaixassem.”
Esta é a bizarra condição que jogos de computadores podem deixar os cérebros dos jogadores. Isto não é balela, isto não é “achismo”! Isto é ciência e o que aconteceu com este menino foi reflexo da hipnose causada pelo EFEITO TETRIS.
Adriana Santiago
(Psicologia Positiva)
2609-2565/86622565
Sempre a mesma estorinha. Culpado são os jogos de video games. É muito bom não falar de forma generalizada. Jogo vídeo game desde os 6 anos e sempre soube o que é virtual e real. No caso do jogo Tetris citado por que não comentar dos benefícios dele no caso de tratamento de ambliopia? No qual faz quem joga enxergar com os dois olhos. Isso tem pesquisas científicas, nem sou eu que falo.
ResponderExcluirQuerido, é apenas uma hipótese! Falo aqui de pesquisas científicas também! Dou inclusive referências! Dei a minha opinião baseada em pesquisas! É óbvio que nem todo mundo que joga estas coisinhas violentas saem por aí matando. A questão é que tais jogos influenciam o comportamento pois atingem circuitos neurais. Simples assim! Fique bem à vontade para discordar. Adoro discussões saudáveis.
ResponderExcluirSÃO PAULO - Outras três armas encontradas pela perícia na casa da família Pesseghini, na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo, reforçam a suspeita de que o estudante Marcelo, de 13 anos, é o responsável pela série de assassinatos seguidos por seu suposto suicídio na segunda-feira, 5. Para o delegado Itagiba Franco, responsável pelas investigações, o fato de os armamentos não terem sido roubados afasta ainda mais a hipótese de ação do crime organizado, levantada inicialmente.
ResponderExcluirOs assassinatos aconteceram em duas casas que ficam no mesmo terreno onde morava a família. Pistas encontradas no local, imagens de câmeras de rua e depoimentos de professores e colegas de classe levaram policiais a concluir que o estudante matou os pais, a avó e a tia-avó, foi para a escola e, na volta, se matou.
Exames no carro da mãe do estudante, Andréia Regina Bovo Pesseghini, de 36, cabo da PM, também constataram a presença de um par de luvas no automóvel. O veículo teria sido usado pelo estudante para ir à escola. Trata-se de mais um elemento que aponta para a autoria do crime.
O depoimento do melhor amigo de Marcelo, também de 13 anos, foi decisivo para reforçar a suspeita de crime familiar seguido de suicídio. Ele tinha um plano, segundo o amigo: "matar os pais durante a noite, quando ninguém soubesse, fugir com o carro deles e morar em um lugar abandonado". Conforme o depoimento à polícia, o menino já havia repetido essa história várias vezes e voltara ao assunto recentemente.
O pai do garoto, Luiz Marcelo Pesseghini, de 40 anos, sargento da Rota, foi morto de bruços, como se estivesse dormindo. A mãe estava de joelhos sobre a cama. A avó, Benedita Oliveira da Silva, de 65 anos, e a tia-avó Bernardete Oliveira da Silva, de 55, estavam deitadas na cama, cobertas.
Marcelo estava sobre a provável arma do crime e segurava a pistola .40 com a mão esquerda. Todos morreram com um tiro à queima-roupa na cabeça. "Se fosse crime comum, as vítimas seriam acordadas. Teria havido reação, briga, e não foi isso que se evidenciou", disse Itagiba. Os policiais estranharam o sumiço do Corsa Classic, que pertencia à mãe de Marcelo. Buscas localizaram o carro ao lado da escola em que o menino estudava, o que indicaria que ele teria dirigido até o local depois de matar os pais.
Na escola. Uma das professoras afirmou à polícia que Marcelo havia perguntado "se ela sabia dirigir quando era criança" e "se havia atingido de algumas forma os pais". Para outra professora, o menino contou que já tinha dirigido um buggy.
Nesta terça-feira, 6, um dos peritos localizou as chaves do carro no bolso de uma jaqueta de Marcelo. A mochila do estudante foi encontrada na porta de entrada da casa onde ocorreu o crime, com um revólver calibre 32 dentro. A arma pertencia ao avô do garoto.
A suspeita da polícia é de que, depois de matar os familiares, o menino tenha levado a arma do crime para a escola. O pai do melhor amigo de Marcelo deu carona para o menino. Antes de sair, o garoto avistou o carro da mãe. Ele foi até o veículo, pegou um objeto e colocou na bolsa. "Pode ser a arma, mas não sabemos", disse Itagiba. Marcelo foi deixado perto de casa. De acordo com a polícia, logo depois cometeria suicídio.
Lacunas. Ainda há lacunas na investigação. A principal é como o menino conseguiu matar os quatro familiares sem despertar reação. A principal hipótese é que ele tenha sedado os parentes. Exames toxicológicos devem demorar um mês. O filho de Bernardete Oliveira da Silva contou à polícia que ela era depressiva e tomava remédios.
O tio de Marcelo disse à polícia que o garoto era destro, o que mudaria os rumos da investigação, já que o revólver estava na mão esquerda, mesmo lado onde teria sido dado o tiro suicida. Itagiba afirmou que familiares e professores confirmaram que o jovem era canhoto. E o exame residuográfico não detectou pólvora na mão de Marcelo. O delegado diz que resultados negativos são comuns mesmo depois de disparos.
Matéria publicada em 13 de agosto de 2013 no Estadão