ESQUEMA DE DEFECTIVIDADE/VERGONHA
DEFECTIVIDADE/VERGONHA
É QUE NARCISO ACHA FEIO O
QUE NÃO É ESPELHO
Joel,
52 anos, procurou meu consultório pois sabia que o trabalho que eu desenvolvia
se pautava na Psicologia Positiva, com
a intenção de potencializar seus talentos. Era um homem bem sucedido,
havia construído uma carreira brilhante e conquistado muitos bens materiais. No entanto
seu relacionamento com as pessoas de uma maneira geral sempre foi péssimo. Além
disso, não conseguia controlar os seus impulsos, vivia aos berros com as
pessoas mais próximas pois “acreditava” ser melhor que todo mundo.Não se
incomodava em descobrir que afastava as pessoas de seu convívio ou que estava
sendo injusto com algumas. Em
determinados momentos também sofria do que batizou de “paralisia da vontade”,
quando não desejava nada nem ninguém.
Sofria de insônia, dormia de dia e acordava à noite.
Sempre
começava suas frases com “EU” e seu tom
nas sessões de terapia era arrogante. Questionava tudo que ouvia e sempre se
auto engrandecia. Tudo dele era melhor. Suas roupas, seus carros, seus imóveis.
Ele também queria trocar de esposa, pois ela não “servia” mais. Como acontece
com frequência com este tipo de paciente, Joel escolheu casar-se com uma mulher
que reforçasse seu esquema. Sua esposa, que no início parecia ideal, era uma
mulher fria, centrada na sua própria tristeza. Ele, sempre que podia, a
desvalorizava e a ofendia verbalmente. O casamento se transformou em um deserto gelado.
Nos
relacionamentos íntimos, pessoas com esquema de Defectividade/Vergonha tendem a
ser incapazes de absorver amor e de ver os relacionamentos como fontes de
aprovação e validação. Carecem de empatia com pessoas próximas. Com frequência
também sentem inveja de terceiros percebidos de alguma forma como superiores.
Idealizam seu objeto de amor inicialmente e depois, com o tempo, desvalorizam
cada vez mais o parceiro.
Estes
pacientes, em geral, vieram de lares com pais ausentes, passivos, distantes,
abusivos e que os rejeitavam. Na infância, sentiam-se especiais quando atingiam
padrões impostos pela mãe ou pelo pai, caso contrário eram ignorados ou
desvalorizados. Em lugar de amor verdadeiro e altruísta, a criança recebe
aprovação condicional: fez o que eu espero, muito bem, caso contrário, será
desconsiderado.
Muitos
pacientes narcisistas eram talentosos de alguma maneira quando crianças e
receberam mensagens opostas dos pais: um inflava o seu valor, enquanto o outro
o ignorava ou desvalorizava.
Este
era o caso da mãe do Joel. Segundo seu relato em sessão, ela parecia feita de
pedra. Sempre que vem a mente a sua lembrança ela se apresenta imóvel, triste e
preocupada apenas com seus próprios
dilemas. Para se proteger da frieza da mãe, Joel também se tornou pedra também.
Em determinados momentos se colocava como uma criança solitária, noutros se
escondia atrás da agressividade e do auto-engrandecimento para afastar a sua
dor.
Em
seu íntimo, se sentia falho, ruim,
inferior. Considerava-se defectível, não era digno de receber amor. Tinha medo
dos seus defeitos serem percebidos, por isto se apresentava de maneira a não
ser muito acessível ao outro, ele precisava se manter no pedestal.
Quando
grita ou se engrandece exageradamente é para hipercompensar a falta de
importância que traz das experiências emocionais mal resolvidas na infância.
Joel sofre, está trabalhando agora suas questões!
A
terapia continua!!!!! Joel tá indo!
Até
breve!
(0s
nomes aqui citados são fictícios)
Adriana
Santiago
CRP:
05-20345
PSICOLOGIA
POSITIVA
Muito bom, adorei, parabéns
ResponderExcluirEsse paciente, em geral, quando lida com situações sociais, quase sempre, repete o comportamento de evitação. Isso porque são pessoas sensíveis ao descasos e rejeições, um esquema modelado desde a sua infância em que evitou a maior parte da interação pessoal com outros. Jaider - Psicólogo Clínico - Psicologia Positiva.
ResponderExcluirEsse paciente, em geral, quando lida com situações sociais, quase sempre, repete o comportamento de evitação. Isso porque são pessoas sensíveis ao descasos e rejeições, um esquema modelado desde a sua infância em que evitou a maior parte da interação pessoal com outros. Jaider - Psicólogo Clínico - Psicologia Positiva.
ResponderExcluirEvitação ou supercompensaçao?
ResponderExcluirNo meu caso eu coloco os outros no pedestal , tenho defectividade vergonha mas jamais cheguei ao nível do Joel.No meu caso eu resignava , e acabava me relacionando com parceiros abusivos para reforçar meu esquema.
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