Você controla suas emoções ou é (des) controlado por elas?
Existe
uma glandulazinha dentro da cabeça da gente que tem me aguçado a curiosidade
ultimamente. Ela se chama amígdala e
é a senhora absoluta de algumas das nossas emoções. Imagino que você esteja
pensando agora: “Mas as amígdalas não ficam na garganta?”. Não esta, amigos! A
amígdala a qual me refiro está localizada no centro cerebral e faz parte de
algo que chamamos de sistema límbico.
Este sistema desempenha um papel importantíssimo na nossa vida, pois regula
emoções como o medo, a raiva, a fome e a atração sexual.
Mas,
o que são emoções? De que maneira elas se fazem representar? Em um primeiro
momento, as emoções se apresentam como alterações
fisiológicas: o coração acelera, em determinadas partes do corpo o suor se
intensifica, acontece uma inquietação motora. No momento seguinte, estas
sensações começam a se expressar na nossa mímica
corporal, e o nosso corpo se “comporta” inconscientemente de maneira
universal. Ou seja, esta mímica corporal que corresponde à primeira sensação é
igual em todos os humanos em qualquer lugar do planeta terra. Japoneses,
brasileiros, franceses e americanos, por exemplo, têm os mesmos gestos físicos correspondentes
para emoções básicas. Num terceiro momento temos a vivência subjetiva que significa, a grosso modo, perceber como é
estar em um determinado estado emocional. O quarto passo é a ativação dos pensamentos que são
ligados à esta emoção.
Vou
explicar melhor: na primeira fase, que chamamos de pré-emoção, os sentimentos
não são muito claros, nem voltados para um objeto. O que há aqui é uma excitação fisiológica. A situação pode
parecer positiva ou negativa, sem que tenha sido analisada em detalhes. A
pessoa simplesmente sente bem-estar
ou desconforto.
A
segunda fase é um processo rápido de estímulos visuais que despertam medo, felicidade, tristeza, raiva e se
expressam inconscientemente em todo o nosso organismo. Por exemplo, ao
avistarmos um homem em uma rua escura e deserta à noite, mesmo sem sabermos se
é um inofensivo transeunte ou um possível agressor, já reagimos à ele. O
estímulo memorizado como perigoso desencadeia uma reação ancestral de medo.
Logo
depois deste momento, passamos para as emoções
cognitivas primárias, que é um
processo mais lento, consciente e se dá no córtex visual. Esta fase permite que
façamos uma representação mais exata do objeto visto. Usando o exemplo acima: é
neste instante que constatamos se o rapaz em questão oferece ou não uma ameaça
real. Os sentimentos aqui não são os mais básicos, mas derivam deles e
manifestam-se como contentamento, satisfação, ameaça, ansiedade, irritação,
frustração, decepção ou prostração.
A
quarta e última fase deste processo emocional é o que chamamos de emoções cognitivas secundárias. Aqui os
pensamentos têm um peso cada vez maior. Entra em cena toda uma teoria sobre as relações sociais. Uma
manifestação de medo como emoção cognitiva secundária, por exemplo, seria
imaginar ser morto pelo homem que transita na rua deserta e vai ao seu
encontro. É aqui que “moram” as
expectativas sobre o futuro e as normas sociais. Lugar da vergonha, do ciúme e
do orgulho.
Nossas
emoções, portanto, cumprem funções fundamentais se soubermos usá-las à nosso
favor. Primeiramente, nos permitem avaliar os estímulos do ambiente. Nós
sentimos aquilo que “pensamos” sobre uma ou outra situação de maneira extremamente rápida. Depois, nos
preparam e nos motivam para a ações: quando sentimos medo, por exemplo, nosso
pulso acelera, nossa pupila se dilata
e os músculos ficam retesados,
nos preparando para batermos em retirada. A terceira função das nossas emoções
é indicar ao outro nossas próprias intenções através da mímica corporal. O
sorriso nos lábios indica para o outro uma postura amigável. E por último, as
emoções nos ajudam a controlar nossas relações sociais. Emoções complexas como
amor, inveja e ciúme impõem regras e limites no contato com os outros.
Funcionam como uma espécie de “filtro” para lidarmos com estímulos internos e
externos. Quanto mais percebemos nossos limites e os dos outros, mas fácil fica
manter o equilíbrio e nos preservar.
Observamos
aqui o quanto é importante “filtrar” as nossas emoções. Elas partem do âmago do
cérebro, e não do coração como imaginávamos há algum tempo, e podem ser
despejadas no universo doa a quem doer, ou podem passar por um processo de
lapidação e ordenamento, dando voltas pelo córtex e se expressando suavemente
para nossos pares.
Amígdala
inflamada têm as pessoas que não conseguem controlar as emoções. Elas são
vítimas das suas próprias entranhas e intrigas e simplesmente não conseguem
perceber isto. Uma boa terapia serve para deixá-lo no controle de suas emoções
e, por conseguinte, para fazer com que defina o que você é e o que quer! Por
agora, adianto algumas dicas de atitudes internas que podem ajudá-lo a manter
situações tensas sobre controle, evitando desgastes desnecessários.
1) Em
meio ao caos, para e pense: esse episódio tem mesmo toda essa importância que
estou dando?
2) Considere
que mesmo a pessoa mais teimosa, raramente tem uma questão pessoal com você.
Este pode ser um problema somente dela.
3) Fale
consigo mesmo e tranquilize-se dizendo: “Fique calmo....!”
4) Utilize
técnicas de relaxamento para normalizar a sua respiração.
5) Tome
situações difíceis como desafios e não como problemas.
6) Conceda-se
uma pausa depois de uma conversa desagradável.
7) Evite
expor-se demais; mostre sentimentos somente em ambientes protegidos, com
pessoas de confiança.
8) Ria
de si mesmo; o bom humor ajuda a dissipar tensões.
9) Lembre-se,
ninguém é excelente o tempo todo; aceite erros, os seus e os dos outros.
10)
Aproveite o dia de hoje, não se prenda ao
passado nem crie expectativas enormes para o futuro.
Enfim,
seja feliz e assuma o timão do seu navio. A vida é sua e a realidade depende
muito mais de você do que do outro, da vida, de Deus ou do acaso.
Beijos
e até breve
Adriana
Santiago
CRP:
05-20345
Oi Adriana, tudo bem?
ResponderExcluirEstou procurando uma pós-graduação que tenha foco exatamente no conteúdo desse post. Sou formado em publicidade e tenho interesse em entender mais o sistema límbico e como as nossas emoções são controladas.
você teria alguma dica de curso, presencial ou EAD? ou ainda coisas que seriam legais numa grade curricular e com base nisso eu busco
Excluir