O Impacto do Perdão na cura da Depressão
Em 2004 a Organização
Mundial da Saúde considerou a depressão a doença mais onerosa do mundo. (Global
Burden of Disease; 2004) E estimou que de todas as mazelas, a depressão
unipolar leva ao maior número de anos perdidos por incapacidade. Está no topo da lista tanto para homens como para mulheres, tanto para países
ricos, como para países pobres. Em média um tratamento de um caso
custa aproximadamente 5 mil dólares por ano nos EUA e há cerca de 10 milhões de
casos todos os anos.
No Brasil e por todo
o planeta Terra os números não são muito diferentes. Milhões de pessoas no
planeta azulzinho sofrem com a depressão.
Foi por isto que
Martin Seligman junto ao seu parceiro de jornada Tayab Rashid (2011),
implantaram o serviço de psicoterapia positiva para pacientes deprimidos no SPA
da Universidade da Pensilvânia. Os resultados foram surpreendentes. A
psicoterapia positiva aliviou os sintomas depressivos em todas as avaliações de
resultados, melhor que o tratamento de praxe e melhor, inclusive, que os
medicamentos. Eles constaram que 55% dos pacientes tratados com psicoterapia
positiva, 20% tratados com tratamento tradicional e 8% tratados com o uso de
medicação, alcançaram a remissão dos sintomas.
Ou seja, a psicoterapia positiva foi muito mais eficaz do que os
tratamentos convencionais. Martin Seligman (2011) reconhece no seu livro Florescer que apesar de ter trabalhado mais de 40 anos
com psicologia, nunca presenciou resultados como estes.
A psicoterapia
positiva proposta por Seligman e Rashid (2011) compõe-se, como outras
psicoterapias, de um conjunto de técnicas que funcionam melhor quando
associadas aos princípios terapêuticos básicos, como acolhimento, empatia,
confiança, sinceridade e relacionamento profissional.
Num primeiro momento
eles sugerem que se faça uma avaliação
das pontuações dos sintomas depressivos e de bem-estar do cliente. O segundo
passo é discutir os sintomas depressivos e mostrar que são potencialmente
explicados pela falta de bem-estar, ausência de emoção positiva, engajamento e
sentido na vida. A seguir mostraremos o modelo estruturado de PPT produzidos
por eles (SELIGMAN, 2011).
Resumo das 14 sessões:
Primeira Sessão: O
cliente escreve uma “Introdução Positiva” de uma página (mais ou menos
trezentas palavras), na qual conta uma história concreta mostrando a si mesmo
em sua melhor forma e e ilustrando como usa suas mais altas forças de caráter.
Segunda Sessão: O
cliente identifica suas forças de caráter a partir da introdução positiva e
discute situações nas quais essas forças o ajudaram no passado. É aconselhável
que se peça para fazer o teste VIA on-line para confirmação de tais forças.
Terceira Sessão:
Identificamos situações específicas onde as forças de caráter identificadas
possam facilitar o cultivo do prazer, o engajamento e o sentido. A lição de
casa aqui consiste em fazer com que o cliente faça um “diário de bênçãos”, no
qual descreve, todas as noites, três coisas boas que aconteceram naquele dia.
Quarta Sessão: Discutimos
o papel das boas e más lembranças na manutenção da depressão. O apego à raiva e
à amargura mantém a depressão e mina o bem-estar. Aqui a lição de casa é
escrever sobre sentimentos de raiva e amargura e sobre como eles alimentam a
depressão.
Quinta Sessão: Pedimos
ao cliente que escreva uma carta de perdão transcrevendo uma transgressão e as
emoções relacionadas a ela, se comprometendo à perdoar o transgressor, mas não
entrega a carta. O perdão aqui funciona comum uma ferramenta poderosa que pode
transformar sentimentos de raiva e
amargura em neutralidade e até, em alguns casos, em emoção positiva.
Sexta Sessão: O
cliente é levado à escrever uma carta de agradecimento a alguém a quem nunca
tenha agradecido apropriadamente e é estimulado a entregá-la pessoalmente.
Sétima Sessão:
Reiteramos a importância de cultivar emoções positivas, pelos registros do
diários de bênçãos e do uso das forças
de caráter.
Oitava Sessão: O
cliente é encorajado à aumentar o seu nível de satisfação e, para que isto
aconteça, é levado à traçar um plano de ação pessoal para a realização.
Nona Sessão:
Discutimos otimismo e a esperança usando um estilo explanatório. Como lição de
casa, sugerimos ao nosso cliente que pense em três portas que se fecharam para
ele. Depois pedimos que eles pensem nas inúmeras que podem se abrir.
Décima Sessão: O
cliente é levado a reconhecer as forças de caráter de pessoas que são
importantes para ele. A orientação aqui é que ele reaja ativa e
construtivamente à eventos positivos que relatados por outras pessoas. Aqui ele acerta uma data para comemorar as
forças de caráter de seus parceiros.
Décima Primeira Sessão:
Mostramos como pode reconhecer as forças de caráter de seus pares e sugerimos
que seus familiares façam o VIA na internet e em seguida produza uma “árvore”
onde inclua todas as forças de caráter da família.
Décima Segunda Sessão:
Introduzimos a apreciação como técnica para aumentar a intensidade e a duração
da emoção positiva. Lição de casa: o cliente planeja atividades agradáveis e as
pratica conforme o planejado. O cliente recebe uma lista de técnicas de
apreciação.
Décima Terceira Sessão:
Aqui o cliente deve usar parte do seu tempo para exercer a força de caráter identificada
na psicoterapia.
Décima
Quarta Sessão: Discutimos a vida plena, que integra o
prazer, o engajamento e o sentido.
Podemos perceber
aqui, o quão é importante o fato de perdoar, pois sem esta ferramenta poderosa,
o cliente não conseguirá proceder nos outros passos.
Seligman
(2011) ressalta que as descobertas feitas
são um avanço, não conclusivos, mas suficientemente intrigantes pois é
muito pouco custoso e funciona para a depressão de modo bastante confiável.
Até mais!!!!!!
Até mais!!!!!!
Adriana
Santiago
CRP:
05-20345
Neuropsicóloga
Positiva, Coach pessoal e empresarial, escritora, palestrante, autora do blog
Papo Cabeça com Adriana Santiago.
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