GENTILEZA GERA....EMOÇÕES POSITIVAS
É isto mesmo, queridos leitores, ser gentil promove
bem-estar subjetivo para quem pratica e para quem recebe tal atitude. Já
perceberam o quanto seu dia fica mais brilhante quando recebe um elogio ou um
agradecimento de alguém? Não precisa nem ser uma pessoa muito especial, até
mesmo um desconhecido tem este poder quando dá passagem no trânsito, ou lhe oferece
um lugar para sentar no ônibus, na hora do rush. Esta pequena ação pode mudar o
seu dia.
A
potência da gentileza é tão grande que não modifica somente o indivíduo. Ela
atua de forma contagiosa se alastrando e atingindo os incautos por onde passa.
E os sentimentos positivos trazidos pelos atos gentis ampliam nosso horizonte
mental e nos permitem solucionar problemas com mais rapidez e eficiência. A
psicóloga Alice Isen, da Universidade Cornell, em Nova York, provou esta tese
num amplo estudo onde investigou a capacidade diagnóstica de médicos. Mostrou a
dois diferentes grupos, exames do mesmo paciente com um problema grave de
fígado. Para o primeiro grupo, ofereceu um pacote com doces, antes de
visualizar os exames, para o outro, não ofereceu nada. O resultado provou que
os médicos agraciados com as guloseimas
avaliaram o caso com mais rapidez e demonstraram menor tendência a se fixar em
um único pensamento, revelando-se dispostos a descartar conclusões
precipitadas. Isto prova o quanto o pensamento das pessoas que se sentem bem
por um ato gentil é mais flexível, criativo e aberto.
Estudos
também revelaram que quem é gentil vive mais, pois as emoções positivas
trazidas por estas atitudes influenciam beneficamente o sistema cardiovascular.
Os psicólogos David Snowdon, Wallace Friesen e Deborah Danner da Universidade
de Kentucky, mostraram isto através de um amplo estudo sobre envelhecimento e
doença de Alzheimer. Ao avaliarem relatos autobiográficos de cento e setenta e
oito freiras, concluíram que as alegres
viveram até dez anos mais que as que pouco enxergavam o lado bom da vida.
A
falta de cordialidade, ao contrário, diminui nosso tempo de existência na
terra, pois gera emoções negativas. Pessoas raivosas e mal-humoradas têm a taxa
de mortalidade cinco vezes maior do que pessoas gentis. Sentimentos de
angústia, irritação e medo aumentam a freqüência cardíaca e a pressão arterial.
O corpo todo do irritado se prepara para a luta diária com ele mesmo e com os
seus pares. Você já imaginou conviver, por exemplo, com um chefe hostil? Isto é
devastador: Enquanto ele te chama de imbecil e incompetente não percebe que
fecha a sua cognição, pois por algum tempo você ficará pensando se é ou não o
que ele diz. Esta reflexão demorará um tempo que pode ser um minuto, um dia, ou
mesmo um mês e, enquanto isto, você ficará olhando para o seu próprio umbigo e não
conseguirá, de fato, produzir muita coisa. O problema é quando você não reconhece
que esta é uma deficiência dele, não sua, sai do trabalho acreditando no que
ele diz e se deprime por se sentir um lixo. Haja rivotril para controlar a
depressão causada por estas palavras depreciadoras. Muitas pessoas não
resilientes adoecem de fato e precisam se afastar do trabalho por conta dos
efeitos devastadores destas emoções negativas que também se alastram como ervas
daninhas. Por isto, grandes empresas, atualmente, focam no bem-estar geral dos
seus funcionários para que eles aumentem a produção. Elogios ou recompensas
monetárias são maneiras ótimas para
melhorar o desempenho profissional.
Marcel
Losada, pesquisador brasileiro atuando em Harvard, provou através de extensas
pesquisas que a palavra dita tem efeito enorme sobre as nossas emoções e, por
conseqüência, sobre nossa vida. A chamada Razão-Losada preconiza que para cada
palavra negativa dita a alguém, é preciso de cinco positivas para deixá-lo num
estado neutro. Outra situação que devemos ter muito cuidado é quando chamamos atenção
dos nossos filhos por um erro qualquer.
Em nenhuma hipótese é conveniente que haja xingamentos ou acusações, pois, de
fato, esta bronca não será producente. O ideal e funcional é que façamos um
elogio sincero antes de começar o corretivo. Depois é necessário finalizar a
“chamada”, ressaltando outra virtude. Desta forma, ele abrirá a cognição, num
primeiro momento, absorverá a atitude que deve tomar, e depois sairá feliz pensando
na conversa que vocês tiveram, se sentindo disposto a aplicar o que combinaram.
Não ofenda seu filho, pois ele pode acreditar nas suas palavras e cumprir o que
você designou. A gentileza aqui, gera
bom comportamento e uma personalidade bem estruturada.
Nas
relações amorosas a gentileza traz como conseqüência mais amor e respeito.
Relações maduras e felizes são banhadas de atos gentis. As pessoas muitas vezes
se esquecem disso e tratam o outro como se fosse sua propriedade, causando
frustrações e tristezas infinitas. Recentemente assisti uma cena tenebrosa na
fila do supermercado: Uma mulher dizia ao marido: “João, vá pegar o pão de
milho enquanto eu pego o queijo.” João, resignado e mudo, vai até a prateleira
e volta com um pacote na mão. Ela responde: “Seu idiota, não é este, é o outro
com o rótulo vermelho. Volte lá e traga rápido para mim.” Ora, olhei a cena e
pensei: Quanta falta de amor ao próximo. Deixei-a passar na minha frente e
agradeci ao senhor João por ter me lembrado que precisava trazer o pão de milho
para casa.
Portanto,
queridos, aproveitem o fim de ano e repensem suas atitudes. Olhem para o lado e
percebam seus pares, amores, funcionários, colegas de trabalho, com lentes mais
cordiais. A ciência está aí para contradizer a tese de que “vaso ruim não
quebra”. Ele quebra sim e além de tudo destrói os outros que estão ao lado. Sejamos
gentis sempre, mesmo que precisemos, num primeiro momento, nos esforçar para
isto. A vida flui muito mais feliz quando somos amáveis. Ah, e não esqueçam de levar
um bombom para o seu médico na próxima consulta. Fica a dica.
Muito
obrigada
Até
breve,
Adriana
Santiago
CRP:
05-20345
Neuropsicóloga Positiva, Coach pessoal e
empresarial, escritora, palestrante, autora do blog Papo Cabeça com Adriana
Santiago
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