CRIANÇAS, FELIZ DIA DAS MÃES!






Há algum tempo me debato com uma questão: Será que é mesmo função da escola comemorar dia das mães e dia dos pais? Me pergunto sempre se não seria mais confortável e menos doloroso para pais, mães e filhos se não tivessem que lidar com isto. Todo ano é a mesma coisa: crianças preparando presentinho cartinhas e afins para alguém que talvez não esteja presente; crianças ensaiando a musiquinha e treinando a poesia para alguém que talvez não compareça ao evento!
Antigamente ter pais separados era exceção. Hoje virou quase regra. Mães, em tempos idos, trabalhavam bem menos que hoje e podiam com muito mais facilidade, comparecer aos eventos que a escola se dedicava em fazer. Ainda temos que considerar os fatos normais da existência humana: pai que abandona o filho, mãe que morre quando a criança está na mais tenra idade, pai e mãe desinteressados. E filhos ali, se dedicando ao presentinho que talvez não tenha a quem dar e muitas vezes olhando o amiguinho cuja família parece perfeita. Constrangimento geral. Lá vai a professora ter que lidar com isto. Entregar a quem a cartinha?
Penso que esta não é função da escola. A Escola deve comemorar sim, O DIA DO LIVRO, O DIA DO ÍNDIO, TIRADENTES, PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA, DIA DO PROFESSOR, e não fomentar e sustentar mais uma questão para a criança ter que lidar. Já bastam as que a própria vida oferece.
Feliz dia das mães para todas as crianças! 


Adriana Santiago 
(crp - 05-203450)
tel: 2609-4075 , 2609-2565, 8662-2565)

Comentários

  1. Fantástico! Você sabe que sempre me questionei sobre esse fato da escola comemorar esses dias? E eu me perguntava: o por que de gerar na criança um constrangimento, um sofrimento ou até mesmo uma revolta? Aí cai no ponto que não me cala. A escola constrói todo esse processo aniquilador interno, "sem se dar conta", com crianças em fase de formação, e num segundo momento essas mesmas crianças começam a apresentarem comportamentos alterados se transformando em uns monstrinhos, visto pela classe dominante, que a princípio parecem ter uma família legal, constituída de pai, mãe, irmão, etc. O que faz a escola?!! Por acreditar que lidar com essa alteração comportamental é passiva de partir para a punição, começa o legado. Crianças ficam sem recreio, momento esse de brincar da criança e de socialização com o diferente, aplicam as chamadas suspensões, a criança só entra com o responsável,e etc. Esta criança já está rotulada e este responsável já será orientado a procurar um profissional da saúde; "Psicólogo", "Terapeuta", enfim, alguém que possa agora nesse momento do caos, ajudar a descobrir o que está acontecendo com os filhos de pais ausentes ou não, ou até mesmo, um Psiquiatra que vá prescrever a essa criança uma medicação adequada mediante um diagnóstico. Não seria muito mais sustentável a não comemoração dessas datas que oferecem uma exposição marcante à vida de crianças que ainda não estão preparadas para lidar com essas questões internas tão severas e que vivem esses fluxos naturais da vida?

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